terça-feira, 25 de março de 2008

Doce ilusão

A Claudinha era uma menina muito bonita no colégio. E era tão bonita que todos os meninos eram por fissurados por ela. Na entrada, era aquele buchicho quando a claudinha chegava, desfilando aquele cabelo, que dava inveja nas modelos de embalagem de xampu ,e aquela cara de anjo, que só ficava bonita na Claudinha. Durante a aula não tinha um que não suspirasse a hora que a Claudinha levantava pra jogar no lixo os restos do apontador. E no intervalo, quando ela brincava com a melhor amiguinha, pulando e deixando os meninos de queixo caído? Era um martírio estudar com a Claudinha. E o pior de tudo era que a Claudinha fazia mal às relações entre os alunos. Um dia podia causar uma briga entre as meninas, por causa da inveja que elas tinham da claudinha, e então criavam-se discussões enormes. Ou podia gerar uma briga entre os meninos, pra ver quem chamava mais a atenção da Claudinha. E até mesmo brigavam as meninas com os meninos, afinal eles só tinham olhos para a Claudinha, e elas se sentiam inferiorizadas com isso.
Os professores já estavam preocupadíssimos com a situação. Eram alunos que não prestavam mais atenção na aula, eram meninas que apenas cochichavam um modo de tirar a Claudinha do posto mais alto, etc. Mas fazer-se-ia o que? Afinal, a menina não tinha culpa de nada. Não é pecado nascer bonito!
A vida no colégio seguiu dessa forma, um martírio diário para os alunos, um encômodo para os professores, e alheia a tudo, a Claudinha. Até que um dia tudo acabou. A Claudinha pediu transferência para um outro colégio, e de repente o marasmo tomou conta do colégio. O que era para ser uma grande felicidade, tornou-se uma grande tristeza, porque no fim quem dava a alegria de todas as manhãs era a Claudinha e o seu cabelo perfeito, o seu rebolado magnifico e a seu sorriso encantador. Ah, se ela me desse bola!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Perguntas e respostas (ou dúvidas).

Hoje eu fiz uma pergunta. Antes que você pergunte, é claro que eu faço outras perguntas, mas essa foi mais profunda. Bem, depois de hoje não a consideraria tão profunda assim, mas me deixou um tanto quanto desconfortável saber a sua resposta. Nada acontece por acaso. Tudo tem um sentido, mas quando a gente descobre esse sentido perde a graça. A gente se torna mais sábio, fica mais experiente, mas ai perde a graça. Acho que os grandes pensadores eram pessoas muito depressivas. Sabiam de tudo. Qual a razão de se viver se sabe-se tudo? A eterna busca se torna sem nexo. Percebi que nós seres humanos vivemos em busca da resposta, mas nunca queremos achá-la.
Feliz é aquele que sabe viver sem respostas mas que não deixa de perguntar. E não adianta fugir da resposta. Se você a encontrar perdida por ai, você é obrigado a ouví-la. Claro, não me pergunte(!) como fugir, porque eu não sei. Ninguém me respondeu isso ainda (e também nem quero que respondam). Você pode achar que eu sou frio, mas não é verdade. Eu estou é na verdade me poupando. Já experimentei saber a verdade uma vez, e não quero saber outra. E é claro que existe mais de uma resposta! Ou você pensou que era uma e já bastava? Não, estava exagerando, há várias, porém quando ao menos perceber, você já estará com uma boa parte, e dai para ter todas, xi, é um pulo! Também não me pergunte(!) quantas são! Eu até saberia responder, mas não vou te dar esse desprazer.